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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Freinet e as migalhas na vida pedagógica

Texto de Célestin Freinet-Trabalho em migalhas



Só há migalhas em nossa vida de educadores. Nem mesmo chegamos mais a juntá-las, o que, aliás seria em vão, migalhas amassadas e empelotadas que só dão pra fazer bolinhas, ótimas para servir de projéteis nos refeitórios.
Migalhas de leitura, caídas de uma obra que ignoramos e que têm esse gosto de pão dormido, do pão que rolou muito por prateleiras e sacos.
Migalhas de histórias, algumas mofadas, outras malcozidas, e cujo amálgama se apresenta como um problema insolúvel.
Migalhas de matemática e migalhas de ciências, como peças de mecânica, signos e números que uma explosão teria dispersado, cujo quebra-cabeças é um sacrifício resolver.
Migalhas de moral, como gavetas que são deslocadas na complexidade de uma vida de infinitas combinações.
Migalhas de arte...
Migalhas de aula, migalhas de horas de trabalho, migalhas de curso...
Migalhas de homens!
Perigos de uma escola que alinha, compara, agrupa e reagrupa, ausculta e avalia essas migalhas.
Urgência de uma educação que evite um desastre irreparável e que faça circular sangue novo na função viva e construtiva da pedagogia do trabalho.
Célestin Freinet em Les Dits de Mathieu

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